domingo, 10 de novembro de 2013

Análise do Seminário I



Grupo 1: Oxidação de lipídios conforme intensidade e exercícios para homens e mulheres com sobrepeso 

- concentrações de ácidos graxos esterificados, glicerol, são maiores em mulheres obesas;

- no exercício moderado as taxas foram melhores em homens e mulheres.

Pâncreas, Diabetes e Exercício


O pâncreas é uma glândula endócrina formado por células alfa (secretam glucagon), células beta (secretam insulina) e células gama (secretam somatostatina) localizadas nas chamadas Ilhotas de Langerhans. A principal função dos hormônios insulina e glucagon é controlar a glicemia.


Diabetes Mellitus

O diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal da glicose no sangue, causado pela falência das células beta-pancreáticas ou resistência periférica dos receptores de insulina. Os principais sintomas são: poliúria (aumento da frequência urinária), polidipsia (aumento da sede) e polifagia (aumento da fome).

Existem dois tipos de diabetes mellitus:

Diabetes Melitus tipo 1

-  Falência de células beta-pancreáticas
-  Sem produção de insulina
-  Necessidade de aplicação exógena de insulina
-  Início na juventude
- Tratamento: aplicação de insulina, controle da dieta e pratica de atividade física

Diabetes Melitustipo 2

-  Associada com obesidade
-  Aumento de triglicerídeos intramuscular que bloqueia a sinalização da insulina
-  Resistência à insulina
-  Início na maturidade
- Tratamento: medicamentos hipoglicemiantes orais, controle da dieta e pratica de atividade física.

O primeiro órgão a ser afetado pela diabetes melitus mal controlado, ou seja, com episódios crônicos de hiperglicemia, é o vaso. Como consequência podem se desenvolver  angiopatias (retinopatia, nefropatia e neuropatia) que são doenças desenvolvidas por lesões nestes vasos.


OBS: A primeira causa de morte por diabetes melitus é o acidente vascular cerebral (isquêmico) e o infarto, doenças causadas por lesões vasculares.



Exercício, insulina, glucagon e glicemia

Indivíduos treinados respondem menos ao exercício em relação à insulina, glucagon e glicemia, pois eles utilizam mais gordura para obtenção de energia, portanto, acaba utilizando menos carboidrato (glicose) e desta forma necessitam de menor regulação da glicemia.



Influência do exercício na glicemia:

1º) Durante o exercício o indivíduo aumenta a captação de glicose devido ao aumento da translocação de GLUT4 (receptor transportador de glicose) independente de insulina.
Mecanismo de ação: na contração muscular ocorre o aumenta de cálcio intracelular, o cálcio ativa a proteína AKT que estimula a translocação da vesícula contendo GLUT4 para membrana celular.
2º) Durante o exercício há um aumento da sensibilidade à insulina.
Mecanismo de ação: na contração muscular ocorre o aumenta de cálcio intracelular que estimula maior consumo de lipídeos intracelular levando ao  aumentoda sensibilidade do receptor de insulina.


Exercício e Diabetes Mellitus

Quais os cuidados com pacientes diabéticos durante o exercício:
Controle da glicemia
O risco de hipoglicemia é maior em diabéticos.
O sintoma mais precoce que indica que o indivíduo diabético esta tendo uma hipoglicemia durante o exercício é a sua coordenação motora fina (“enrolar a língua”). Neste caso deve ser oferecido um carboidrato de absorção rápida (doce, liquido, etc).
Glicemia acima de aproximadamente 250mg/dL pode levar ao aumento dos níveis séricos de glucagon, acima do normal, porque ocorre uma perda de sensibilidade dos receptores de glucagon devido a elevação da glicemia. O indivíduo pode ter um episódio de hiperglicemia exacerbada, podendo levar ao coma osmolar. Neste caso o exercício deve ser suspendido.



Estudo de caso

Indivíduo com glicemia 275mg/dL chega para fazer exercício. Existem duas opções:
1º) Suspende o exercício
2º) Monitora a glicemia solicitando um exercício de baixa intensidade por 5 minutos, verifica a glicemia, se o indivíduo manter a glicemia, repete o exercício, mas de o indivíduo aumentar a glicemia o exercício precisa ser suspendido.


Conhecer o regime insulínico

A aplicação de insulina exógena é subcutânea, o indivíduo cria um depósito de insulina no local da aplicação que é irrigado e leva a insulina para corrente sanguínea.  Existem diversos tipos de insulina (lenta, intermediária, rápida e ultra-rápida) e cada uma tem diferentes tempos para atingir o seu pico.



A sobreposição do pico de insulina exógena com as influências que o exercício provoca na glicemia pode levar a uma hipoglicemia muito rápida, portanto é necessário conhecer o regime insulínico do paciente.
O local de aplicação da insulina também é importante conhecer, pois se a região da aplicação for a mesma região trabalhada durante o exercício o pico de ação da insulina será antecipado, pois há um amento de fluxo sanguíneo para região trabalhada que é a mesma região na qual ocorreu a aplicação, portanto o aumento do fluxo sanguíneo nesta região faz com que o pico da insulina ocorra mais rápido.


O que se espera com o exercício em um indivíduo diabético:

- Redução da glicemia (resposta aguda);
- Aumento da expressão de GLUT4 (resposta crônica);
- Aumento de sensibilidade dos receptores de insulina (diabetes melitus tipo 2);
- Tratamento do problema de base – obesidade (diabetes melitus tipo 2);
- Redução na quantidade de insulina aplicada.




Gônadas e Exercício


Gônadas

As gônadas (testículos nos homens e ovários nas mulheres) são órgãos sexuais responsáveis pela reprodução e secreção de hormônios.
Testosterona – secretado pelos testículos, é androgênio responsável pela iniciação da produção de espermatozóides e estímulo do desenvolvimento das características sexuais masculinas secundárias. Como efeito anabólico a testosterona tem efeitos diretos sobre a síntese do tecido muscular, contribuindo para as diferenças entre homens e mulheres na massa e na força musculares.  A concentração plasmática de testosterona funciona como um marcador fisiológico do estado anabólico. A concentração plasmática de testosterona em mulheres, apesar de ser bem menor que nos homens, aumenta com a atividade física. A atividade física eleva também os níveis de estradiol e de progesterona.
Estradiol e progesterona– estrogênios secretados pelos ovários. Regulam a ovulação, a menstruação e os ajustes fisiológicos durante a gravidez. O estrogênio que circula na corrente sanguínea e que foi gerado localmente pelos tecidos periféricos exerce também efeitos sobre os vasos sanguíneos, os ossos, os pulmões, o fígado, os intestinos, a próstata e os testículos através de proteínas α e β-receptoras. A progesterona contribui com um influxo regulador específico para o ciclo reprodutivo feminino, a contração do músculo liso uterino e lactação.


Uso exógeno continuado de anabólicos esteróides
·     

   

Tireóide, taxa metabólica e exercício


A glândula tireóide se localiza na parte superior da traquéia, logo abaixo da laringe e secreta os hormônios a tiroxina e a triiodotironina, apesar de também secretar calcitocina (acarreta uma redução no nível sanguíneo de cálcio). Tiroxina e triiodotironina exigem pequena quantidade de iodo (1 mg por semana) para sua formação. Por essa razão, o sal de cozinha comum é iodado, prevenindo a deficiência de iodo. O hormônio tireoide-estimulante (TSH) secretado pela adeno-hipófise, controla a liberação de tiroxina e triiodotironina.

A regulação metabólica é a principal ação dos hormônios tireoidianos, aumentando a taxa de degradação catabólica. São algumas funções específicas associadas a esse aumento no metabolismo:

(1) uma maior síntese proteica, tornando os hormônios tireoidianos necessários para o
crescimento e desenvolvimento normais na pessoa jovem;
(2) uma maior quantidade de enzimas intracelulares;
(3) um aumento no número e no tamanho das mitocôndrias;
(4) uma maior captação celular de glicose, aceleração da glicólise e gliconeogênese; e
(5) uma maior mobilização e oxidação dos ácidos graxos livres.
Quando o nível de tiroxina no sangue é alto, a secreção de TSH é reduzida por retroalimentação negativa; quando o nível é baixo, a secreção de TSH aumenta pelo mesmo sistema.

Duas disfunções podem ocorrer:

(1) o hipertireoidismo que representa um aumento de T3 e T4, em que a pessoa emagrece, apresentando hipotensão e lapsos de memória (tendência em mulheres após os 40 anos)
(2) o hipotireoidismo que é diminuição de T3 e T4, em que a pessoa engorda, apresentando aumento da frequência cardíaca, aumento da pressão arterial, tendência a ser rubros, sudoréticos, exolftamia. Em alguns casos, pode ocorrer o bocioendêmico, que é hipertrofia da tireóide. Em dietas com pouco iodo, glândula começa a produzir loucamente, sendo tipicamente característica de hipotireoidismo.

Com o exercício os níveis de T3 e T4 aumentam quando comparados aos níveis normais. Logo após caem abaixo do nível normal e por efeito rebote sobem novamente acima do nível considerado normal. 


Abaixo, o gráfico dos níveis de T3 e T4 sem exercício e com exercício.



Hipófise, Hipotálamo e Exercício


Hipófise – também denominada glândula pituária, é responsável por secretar hormônios importantes no controle das funções metabólicas do organismo. Fisiologicamente ela é dividida em2 partes:
Hipófise anterior ou Adenohipófise: sintetiza e secreta o hormônio do crescimento (GH), adrecorticotropina (ACTH), hormônio estimulante da tireóide (TSH), prolactina, hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH).
Hipófise posterior ou Neurohipófise: armazena hormônio antidiurético (ADH) e ocitocina, que são hormônios produzidos pelo hipotálamo



Hipotálamo – conhecido como centro coletor de informações relativas ao bem-estar interno do organismo, regula a secreção de hormônios da hipófise através de sinais neurais (neurohipófise) e hormonais, através do sistema porta hipotalâmico hipofisário, pelos hormônios (ou fatores) hipotalâmicos liberadores ou inibidores (adenohipófise).
Os principais hormônios liberados e inibidores hipotalâmicos são: hormônio liberador de tireotropina (TRH), hormônio liberador de corticotropina (CRH), hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH), hormônio liberador da gonadotrotropina (GnRH) e hormônio inibidor da prolactina (PIH).
O influxo neural para o hipotálamo, representado por ansiedade, estresse, atividade física, controla a produção desses hormônios.




Hormônios e exercício 


Hormônio Antidiurético (ADH)
A atividade física é um bom estimulador da secreção de ADH. Durante o exercício, por exemplo, em dias quentes, ocorre a perda de líquidos pela transpiração e desidratação concomitantemente. Para conservar os líquidos corporais, o ADH age nos rins aumentando a reabsorção de água, contribuindo também para uma modulação eficiente da resposta cardiovascular ao exercício. A liberação de ADH diminui com uma sobrecarga hídrica, aumentando assim o volume urinário e produzindo uma urina mais diluída.
                     
Hormônio do Crescimento (GH)
A atividade física aumentada de duração relativamente curta estimula uma elevação acentuada na amplitude do pulso de GH e na quantidade de hormônio secretada em cada pulso. A maior liberação de GH beneficia o crescimento e a modelagem do músculo, do osso e do tecido conjuntivo.
Além disso, durante o exercício, aumenta a mobilização dos ácidos graxos livres, diminui a captação tecidual de glicose e acelerando a gliconeogênse hepática. Esse efeito metabólico global da maior produção de GH induzida pelo exercício preserva a concentração plasmática de glicose para o bom funcionamento central e dos músculos.



Controle motor


Existem 3 níveis responsáveis pelo controle motor: programação, execução e resolução


O  cerebelo é um importante órgão relacionado com a regulação automática de movimento e postura, funciona em íntima conexão com o córtex cerebral e o tronco encefálicoEle comunica ao córtex pré-motor quais as diferenças dos gestos que foram programados (planejados) dos gestos que foram executados. Estas diferenças que ocorrem entre o que foi planejado pelo córtex pré-motor e executado pelo músculo são influenciadas pelo ambiente.


Engrama ou Programa Motor

É uma sequência de ativação neuromuscular estereotipada. O sistema torna-se automático, então toda vez que surge um determinado estímulo a sequência de ativação já é programada. Quando ocorre a passagem do movimento voluntário para o automático, o cerebelo é menos ativado.


Histofisiologia Neuromuscular


O sistema nervoso central é composto pelo cérebro e medula. O neurônio é a unidade funcional e anatômica de um nervo e consiste de um corpo celular, de dendritos – que são várias fibras nervosas curtas – e de axônio – uma fibra nervosa maior. Sinapse é o nome que se dá à conexão de um nervo com outro. Junção neuromuscular ou sinapse especial é a conexão entre um nervo e um músculo.
Impulso nervoso ou potencial de ação é um distúrbio elétrico no ponto de estimulação de um nervo que se autopropaga por todo o comprimento do axônio. Um arco reflexo simples nada mais é do que um sinal sensorial que percorre um nervo aferente (nervo sensorial) até a coluna estimulando um nervo eferente (nervo motor) para causar uma resposta muscular. Substâncias transmissoras químicas excitatórias liberadas nas terminações nervosas fazem com que os impulsos nervosos sejam revezados de nervo para nervo e de nervo para músculo. A transmissão da informação sobre a posição dos membros ao sistema nervoso central é feita pelos proprioceptores que são órgãos sensitivos musculares. O córtex cerebral e o cerebelo processam o aprendizado de uma habilidade motora.


Contração muscular

A execução da contração muscular ocorre através das seguintes etapas:
1) Um potencial de ação trafega ao longo de um nervo motor até  suas terminações nas fibras musculares;
2) Em cada terminação o nervo secreta o neurotransmissor acetilcolina;
3) A acetilcolina se liga a receptores na fibra muscular desencadeando uma cadeia de reações que permite que grandes quantidades de íon sódio flua para dentro da membrana da fibra muscular desencadeando, um potencial de ação na fibra muscular;
4) O potencial de ação despolariza a membrana da fibra muscular e faz com que o retículo sarcoplasmático libere uma grande quantidade de íons cálcio;
5) Os íons cálcio se ligam a troponina que por sua vez mudam a configuração espacial deslocando a tropomiosina que expõe o sítio de ligação para meromiosina, se ligando aos filamentos finos formando as pontes cruzadas. É necessário ATP para que ocorra a formação das pontes cruzadas;
6) O filamento espesso é tracionado contra a linha Z, levando a um encurtamento do sarcômero (contração muscular);
7) Após a contração muscular, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo sarcoplasmático, através da bomba serca, onde permanecem armazenados até que um novo pontecial de ação chegue novamente.


Abaixo, o gráfico de frequência de atividade por percentual de contração máxima:





Tipos de fibras musculares e suas características


I
IIA
IIB
Velocidade de contração
Lenta
Veloz
Veloz
Frequência de ativação
Baixa (10-20)
Intermediária (20-40)
Alta (30-50)
Inervação
Pequena
Grande
Grande
Metabolismo
Oxidativo
Oxidativo-glicolítico
Glicolítico
Densidade mitocondrial
Alta
Intermediária
Baixa
Mioglobina
Alta
Intermediária
Baixa
Capilarização
Alta
Intermediária
Baixa
Creatina fosfato
Baixa
Intermediária alta
Alta
Fatigabilidade
Baixa (resistente)
Intermediária
Alta
Hipertrofiabilidade
Baixa
Intermediária
Alta


  • São atividades predominantemente de fibra veloz as atividades balísticas com baixa resistência;
  • O tríceps possui fibras mais velozes que o bíceps;
  • O gastrocnêmio possui fibras lentas.

Fibras musculares e exercício

É possível a conversão de fibras dentro do mesmo tipo, ou seja, fibras IIA podem transformar-se em fibras IIB e vice-versa dependendo do tipo de treinamento. A distribuição de fibras musculares do tipo I, não pode ser modificada, pois tem origens de características genéticas do indivíduo.







quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Análise crítica do filme “Muito Além do Peso”


O documentário “Muito Além do Peso” apresenta dados alarmantes da endemia de obesidade, que já está iniciando na infância, sendo uma consequência das mudanças no padrão alimentar da população brasileira e mundial associado também a inatividade física. A obesidade está relacionada a diversas doenças crônicas como diabetes, hipertensão, dislipidemia, sendo as doenças cardiovasculares a principal causa mundial de morte. O filme apresenta diversos pontos de vistas de vários profissionais (médicos pediatras, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos, sociólogos), frente a depoimentos de crianças e pais que mostram o total desconhecimento sobre alimentação saudável, ou melhor, a falta de preocupação com esta prática, visto que o ato de comer se tornou uma forma exclusiva de se alimentar e obter prazer, através de alimentos hiperpalatáveis que possuem mais gordura e mais calorias, sem se importar com a saúde. Além disso, existe também vários fatores que contribuem para está má alimentação como a venda indiscriminada de alimentos ricos em sódio, gordura e açúcar, o preço acessível a esses alimentos, o investimento pesado das indústrias no marketing desses produtos para atrair mais consumidores.

Consumo de Oxigênio e Lactacidemia


Em repouso, quase 100% da energia (ATP) necessária para manter as funções orgânicas é gerada pelo metabolismo aeróbio. Isto resulta em baixa concentrações sanguíneas de lactato no repouso.

O consumo de oxigênio é um reflexo da atividade metabólica aeróbia. Em repouso, a demanda energética total de um indivíduo é relativamente baixa. Por exemplo, um adulto com 70 kg consome aproximadamente 0,25 l de oxigênio/minuto, ou seja, um consumo de 3,5mL de oxigênio por quilo por minuto. O exercício pode aumentar a demanda do corpo por energia.

Na transição do repouso ao exercício leve ou moderado, o consumo de oxigênio aumenta de forma rápida, porém não instantaneamente, pois primeiro o metabolismo deve adaptar à nova carga imposta.

O fato de o consumo de oxigênio não aumentar de forma instantânea é devido a utilização de fontes anaeróbias no início do exercício, contribuindo para a produção de ATP nesta fase, sustentando o sistema aeróbio onde estiver presente o déficit de oxigênio, resultando em acúmulo de lactato, depressão de creatina fosfato e glicogênio. O termo déficit de oxigênio aplica- se ao retardo do consumo de oxigênio no início do exercício. Após atingir um estado estável, a demanda de ATP é suprida pelo metabolismo aeróbio.

Observa- se também que em indivíduos treinados o tempo para atingir o estado estável é mais curto que em indivíduos não-treinados, pois indivíduos treinados possuem capacidade aeróbia mais desenvolvida, ou seja, a produção de ATP é ativada mais cedo no começo do exercício e acarreta em uma menor produção de ácido lático nos indivíduos treinados em comparação aos não- treinados.

Após o exercício, o metabolismo permanece elevado por mais tempo. Podemos chamar este fato de débito de oxigênio ou EPOC . Ele é sempre maior que o déficit de oxigênio, pois é nesta fase que parte do oxigênio consumido após o exercício é utilizado para reposição de creatina fosfato no músculo e de oxigênio no sangue e nos tecidos.

A capacidade máxima de transporte e utilização de oxigênio durante o exercício é considerada a medida mais válida de aptidão cardiovascular do indivíduo. Estes testes geralmente são realizados em esteiras ou bicicletas ergométricas onde o consumo de oxigênio aumenta em uma função linear à taxa de trabalho até que o VO2 máximo seja atingido. 


À medida que a intensidade do exercício aumenta, os níveis sanguíneos de ácido lático também aumentam. Acredita- se que este aumento dos níveis de ácido lático durante estes testes representa um ponto de aumento da dependência do metabolismo anaeróbio (glicólise anaeróbia), e se dá por falta de oxigênio no músculo, resultando em fadiga muscular. Uma outra explicação para a formação de ácido lático no músculo em atividade está relacionada à lactato desidrogenase (LDH), que catalisa a conversão de piruvato em lactato. A LDH encontra- se em fibras rápidas e apresenta maior afinidade pela ligação ao piruvato, promovendo a formação de lactato.

À medida que a intensidade do exercício aumenta, mais fibras rápidas serão recrutadas, e com isto pode acarretar em um aumento da produção de ácido lático e, consequentemente , ser responsável pelo limiar de lactato.

Outra explicação para o limiar de lactato pode estar relacionada à velocidade de remoção do ácido lático do sangue durante o exercício. Em qualquer momento durante o exercício, alguns músculos estão produzindo ácido lático e o liberando no sangue, e alguns tecidos (fígado, coração, etc.) o estão removendo.


O limiar de lactato tem utilidades práticas, como na predição do desempenho e na indicação da intensidade do treinamento.