terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Frequência Cardíaca (FC), Volume Sistólico (VS) e Débito Cardíaco (Q)

FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC)


A frequência cardíaca (FC) é regulada através dos equilíbrio entre o sistema simpático e parassimpático.

  • Sistema simpático: neurotransmissores – adrenalina e noradrenalina (sistema adrenérgico) – aumenta a FC
  • Sistema parassimpático: neurotransmissor – acetilcolina (sistema colinérgico) – diminui a FC (através do nervo Vago)

Os nodos (sinusal e átrio-ventricular) também influenciam na FC, independente do sistema simpático e parassimpático, através do fluxo sanguíneo (dinâmica). Indivíduos com resposta cardíaca semelhante a uma pessoa que só tivesse os nodos controlando a FC.

  • Transplantados cardíacos: no transplante ocorre a revascularização, mas não ocorre reinervação, ou seja, não tem inervação do nervo Vago (afetando o sistema parassimpático), somente ação das catecolaminas presentes no sangue. A FC é mais baixa do que o normal.
  • Diabéticos com neuropatia: neuropatia vegetativa que afeta o sistema simpático.


Durante o exercício ocorre:

  • Aumento progressivo do sistema simpático
  • Diminuição progressiva do sistema parassimpático
  • Aumento da frequência nodal


Todos estes mecanismos resultam na elevação da FC


Indivíduos treinados atingem a FC máxima com maior carga de trabalho, pois durante o treinamento ocorre uma diminuição na liberação de catecolaminas e aumento do tônus vagal (aumentando a atividade parassimpática), além disso, diminui a FC nodal (alteração estrutural da membrana celular). O resultado deste mecanismo é um menor consumo de energia pelo miocárdio.


OBS: Paciente que utiliza propranolol (beta-bloqueador – inibe o sistema simpático) tem a FC atenuada pelo medicamento. Neste caso, o indivíduo teria que fazer mais força para atingir a mesma FC que um indivíduo saudável que não faz o uso do medicamento.



VOLUME SISTÓLICO (VS)


O volume sistólico é a quantidade de sangue ejetado na circulação. Ele sofre influência de 3 mecanismo: pré-carga, contratilidade e pós-carga.


Pré-carga = Retorno Venoso

O sistema venoso vai contra a gravidade, portanto precisa de mecanismos que auxiliem seu retorno dos tecidos ao coração.

Mecanismos que auxiliam no retorno venoso:

  • Bomba muscular: o músculo contrai e desta forma auxilia no retorno venoso. Exemplo: músculo da panturrilha. Então uma caminhada ativa esta bomba muscular.
  • Bomba respiratória: funciona através da contração muscular da musculatura do diafragma que comprime o vaso sanguíneo e auxilia no retorno venoso.
  • Vasoconstrição: é a contração das veias que irão auxiliar no retorno venoso.


Efeito de Frank Starling

Quando aumenta a pressão ventricular, pelo aumento do retorno venoso, aumenta a formação de pontes cruzadas, aumentando a capacidade de ejeção de sangue.





Por que o volume sistólico estabiliza e depois cai¿ Porque com o aumento da carga, por exemplo, no exercício, aumenta cada vez mais o retorno venoso e a distensão cardíaca. Esta distensão cardíaca ultrapassa o nível ideal de distensão para formação das pontes cruzadas, menos pontes cruzadas são formadas, diminuindo a eficiência de ejeção e consequentemente o volume sistólico.

OBS: O exercício aumenta retorno venoso e volume sistólico


Pós-carga

A pós-carga sofre influência da viscosidade do fluido, comprimento do conduto e raio do conduto.  

  • Viscosidade: a resistência é diretamente proporcional a viscosidade do fluido, ou seja, quanto maior a viscosidade, maior será a resistência. Alguns fatores modificam a viscosidade: desidratação, ingestão excessiva de gordura, envelhecimento e obesidade. A variação na viscosidade gera pequena variação da resistência.
  • Comprimento do conduto: a resistência é diretamente proporcional ao comprimento do conduto, ou seja, quando mais comprido o conduto, maior será a resistência. A variação no comprimento do conduto gera pequena variação da resistência.
  • Raio do conduto: o raio do conduto é alterado pelos mecanismos de vasodilatação e vasoconstrição. A resistência é inversamente proporcional ao raio na 4, ou seja, se aumentarmos duas vezes o raio, a resistência irá aumentar 16 vezes. Portanto, pequenas variações no raio geram grande variação na resistência.


DÉBITO CARDÍACO (Q)


Q = FC x VS                         



A FC e o VS aumentam progressivamente com o exercício, chega em um platô e se mantém. Este efeito pode ser explicado pelo mecanismo de Frank Starling, já mencionado acima.

Efeitos do treinamento:

  • Reduz a FC;
  • Aumenta VS;
  • Melhora contratilidade
  • DC se mantém, pois a FC é ajustada para mantê-lo.


Estes mecanismos resultam em melhor eficiência mecânica cardíaca.


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